September 26, 2003

Jorge Teixeira

Quiz Show: Jorge Teixeira, Director Criativo da Euro RSCG

Hidden: O Jorge trabalhou nas agências mais criativas e participou nas campanhas mais marcantes da história recente da publicidade Portuguesa (Telecel, Optimus). Afinal, quando é que a Euro vai deixar de ser considerada como uma "grande fábrica" de grandes contas para everendar pela via mais criativa? E que medidas estão a ser tomadas para isso acontecer?
R: A Euro RSCG é, hoje, a maior agência do país, a maior do ranking, aquela que tem mais trabalho, mais visível, aquela que mais clientes ganhou, aquela que menos clientes perdeu e com toda a certeza, mas sem números para o provar, com maiores resultados para os seus clientes. Isso faz da Euro uma agência grande. Não uma grande agência. Mas o crescimento não nos fez piores: recrutamos pessoas em época de despedimentos, investimos em época de encerramentos, somos invejados pelo sucesso em época de marasmo. Por tudo isso, somos uma agência melhor, bem melhor do que há 2 anos. Temos gente mais criativa, temos vontade. E tenho o grande prazer de sermos hoje uma agência que consegue ser atractiva para os melhores criativos do país. Ah pois é o telefone e o mail da Euro recebem muitos convites de 'bora aí conversar!

Hidden: O que é preciso para ser a primeira agência do ranking? vender a própria mãe?
R: Vou dizer a resposta que ninguém acredita: Trabalho. Blacht!, Que palavra feia Que ideia tão retrógada Quem é que se lembraria de tentar trabalhar mais, fazer mais, e mais e mais e outra vez só para conquistar e manter clientes? Trabalho! As agências que investem em prémios assombrados ou em criatividades umbilicais assustam-se com este conceito tão pouco espectaculoso, tão pouco publicitário mas é isso que nos faz crescer e melhorar. Aliás, posso contar este segredo à vontade, porque não é assim tão fácil de copiar.

Hidden: O que você acha da clássica declaração do Pedro Bidarra de que ele quando olha para o mercado vê "um deserto"? Este tipo de confrontação de pontos de vistas/picardias são necessárias para "animar" e criar mais competitividade no mercado?
R: Não. Para animar e criar competitividade num mercado deve-se levantar a fasquia e não baixá-la. Bom trabalho no ar levanta a competitividade. Palavras ordinárias baixam. Nunca pensei em dizer isto, mas,qualquer dia, ainda vamos ter saudades do tempo dos Silva Gomes, Guerreiros, Rosalinas e etc. Nesse tempo, a publicidade era má, era pior mas tinha a elevação, tinha muito mais respeito enquanto indústria, dos outros agentes do mercado: clientes, meios, produtoras, etc.

Hidden: O que é pior - um anúncio fantasma ou um anúncio picado?
R: Picar é o grande crime é o pecado capital. É a morte do criativo. Para se picar, basta assinar umas Shots, ver uns canais na parabólica, tirar uma fotocópia de um Anuário. Picar é matar a profissão, matar o mercado e matar as marcas. Criar é comunicar pela diferenciação, é construir marcas com personalidade própria. Picar é travestir uma marca com uma personalidade que não é dela. Perto do picanço, fazer fantasmas é algo inocente. Inútil, mas inocente.

Hidden: Qual é a coisa que mais atrasa o mercado pulbicitário português?
a - os brasileiros?
b - os portugueses que odeiam brasileiros?
c - os criativos que não entendem de negócios?
d - os accounts que não entendem de criatividade?
R: Nenhuma das anteriores. O mercado português é feito de pessoas dessas e de pessoas que são o seu contrário.

Hidden: É bom trabalhar na agência que tem as mulheres mais "interessantes" do mercado?
R: Sem querer ser deselegante para com as colegas, acho que essa afirmação é mais uma desinformação bloguiana. Claro que temos uma caras bonitas na agência. Mas, talvez por estarem dispersas por todos os departamentos, todas as empresas do grupo e todos os andares, a coisa não seja assim tão perturbante. Já o Grupo das Loiras dos nossos vizinhos.