September 23, 2003

Quando a Oferta cria ... a sua própria Procura.



De acordo com um estudo da Mercer entitulado "Understanding Demand Before its too Late" ficamos a saber sem grandes surpresas, que uma grande parte dos novos produtos que são lançados no mercado estão destinados a terem pouca aceitação devido à sua "falta de procura". Para tal a solução oferecida pela Mercer passa por um cálculo de uma "estimativa da procura" para esses novos produtos baseado num modelo de "escolha discreta".

Big deal ... o senso comum, especialmente os dos marketers diz-nos isso: se quisermos ganhar uns "tostões" ao entrar no mercado, temos que que ir ao encontro das necessidades das pessoas. Para tal deve existir uma procura prévia para aquilo que queremos vender. O grande problema é que muitas vezes os marketers para aumentar as suas vendas ou conquistarem uma maior quota no segmento de mercado em que competem, recorrem a um paliativo: lançar novos produtos que muitas vezes não fazem sentido, pois não existe uma procura para tal ( e que muitas vezes canibalizam as suas marcas core). Por exemplo: a Revlon tem cerca de 150 cores de batôn no mercado; a AT&T tem cerca de 69 escolhas de telefones; a Kellogg's tem cerca de 16 variedades de cereais; a Pantene tem 72 variedades de tratamento capilar; etc.

Sim e .. qual é a novidade? Não existe novidade nenhuma, apenas queremos rever (dentro do contexto do exemplo acima dado) o quão poderoso pode ser o papel da publicidade na comunicação e construção de novas necessidades nos consumidores. Mais do que informar os consumidores (claro, mesmo que exista uma grande procura dos nossos produtos, os consumidores precisam de saber que nós estamos lá e que somos alternativa à concorrência); a publicidade serve para criar desejos e necessidades na pessoas. Despertar-lhes uma necessidade que até à data elas desconheciam que tinham, criando-lhes deste modo um novo hábito de consumo. No fim, a oferta cria a sua própria procura com a "pequena" grande ajuda da publicidade. É aquilo que os economistas chamam de "Lei de Say" em acção.

No comments: